Barack Obama soube conquistar a esquerda durante a campanha com a ideia de que iria retirar imediatamente as tropas americanas do território iraquiano e de que iria ter uma postura totalmente diferente da anteriormente adoptada por George W. Bush. As recentes escolhas dos elementos que constituirão a sua equipa, não o confirmam.
Hillary Clinton ocupará o cargo de Secretária de Estado. É um cargo de alta importância na Casa Branca e com elevada importância na política externa. Aqui, Hillary sempre adoptou uma postura mais à direita do Partido Democrata. Nunca defendeu a retirada das tropas da mesma forma que Obama. Ameaçou que atacaria o Irão. E agora? Obama responde: “Não tenho dúvidas que Hillary Clinton é a pessoa certa para liderar o nosso Departamento de Estado e trabalhar comigo para abordar a ambiciosa agenda política estrangeira”.
Para além desta escolha, o novo Presidente dos EUA decidiu manter Robert Gates à frente do Pentágono. Robert Gates é republicano e transita da administração Bush para a nova administração. O que irá mudar então? Muito pouco ou nada. A esquerda europeia que tanto defendeu Barack Obama, muito por causa da sua postura em relação à política externa, deve estar desiludida.
É a teoria do violino: agarra-se com a (mão) esquerda e toca-se com a (mão) direita.